Em entrevista coletiva concedida à imprensa da cidade, na
manhã de terça-feira (12), o delegado José Orimaldo da Silva, da Delegacia de
Polícia de Xinguara, detalhou os fatos sobre as investigações que culminaram
com a elucidação do assassinato do ex-vereador Elpídio Pereira da Silva, o
“Biro Biro”, dia 06 de fevereiro de 2013, às 12 horas, dentro de sua
caminhonete, na rodovia PA 279, às proximidades de Xinguara.
De acordo com o delegado, quem matou o ex-vereador foi o
vaqueiro Manoel Pereira Oliveira, 39 anos, casado, natural de Arapoema (TO),
residente no setor Mariazinha, em Xinguara, incentivado por Kátia Dias Ribeiro,
de 49 anos, ex-cunhada de “Biro Biro”.
O crime teria sido primeiramente arquitetado pelo próprio
criminoso, com a alegação de que Elpidio teria assediado sua mulher quando esta
trabalhava para ele. E que ao saber da intenção do vaqueiro, Katia o instigado
para que ele cometesse o crime e ainda teria lhe ofertado certa quantia em
dinheiro pelo serviço.
Conforme o combinado, o vaqueiro Manoel, se passando por
fazendeiro, e usando o nome fictício de “Carlos”, telefonou para a vítima com a
desculpa de contratar seus serviços para fazer a medição de uma terra, já que “Biro
Biro” trabalhava como consultor em georeferenciamento de terras em propriedades
rurais da região.
Sem imaginar que se tratava de uma emboscada, “Biro Biro”
foi ao encontro do tal fazendeiro que o aguardava às margens da rodovia PA-279,
e quando chegou lá, que abriu o vidro da caminhonete para conversar com ele,
recebeu um tiro a queima roupa, morrendo instantaneamente dentro do carro.
Ainda conforme o delegado Orimaldo, foi durante as investigações
que a polícia chegou às duas testemunhas chaves do crime. Foram elas que disseram
o nome do criminoso e onde a moto usada no crime estava escondida.
Já a testemunha que delineou a participação de Kátia no
crime, foi à mulher do homicida, Luzenir. Foi ela quem contou todos os detalhes
do crime ao delegado, onde acusou a participação de Katia.
Durante acareação feita entre as duas, Luzenir manteve todas
as acusações. Por sua vez, Kátia negou veementemente sua participação na morte
do ex-cunhado.
Kátia foi presa na segunda-feira (11), a mando da justiça. Ela
será transferida para a penitenciaria de Redenção. A reportagem tentou falar
com ela, com o objetivo de ouvir sua versão sobre os fatos, mas seu advogado
negou o pedido, informando que só depois que a verdade aparecer é que ela irá
se pronunciar.
O motivo da participação de Kátia no episodio ainda não está
bem esclarecido. Segundo o delegado Orimaldo, “Biro Biro” e Carla (irmã de Kátia)
estavam em litígio devido à separação, e que no dia 14 de fevereiro aconteceria
à segunda audiência de conciliação sobre a divisão do patrimônio do casal. Por
causa dessa situação, Carla estava sofrendo muito e a irmã vendo seu sofrimento,
pode ter sentido as dores por ela.
Agora a polícia está tentando prender o acusado do crime,
que se encontra foragido. A polícia divulgou a foto dele na esperança de alguém
informar seu paradeiro.
Além da equipe do delegado José Orimaldo da Silva,
participam das investigações o delegado Lenoir Alves Campos Cunha, da Divisão
de Homicídio de Belém, e sua equipe de investigadores. (Edmar Brito)