“A crise existe, mas ela traz muitas oportunidades. Entendo que a crise no Brasil é mais política e de confiança do que econômica. O que falta é atitude do governo”, disse Moisés.
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Moisés ajudou criar um dos maiores empreendimentos do Brasil |
Esta semana, pela primeira vez, o empresário redencense
Moisés Carvalho Pereira, concedeu entrevista à imprensa. O jornal A Notícia
conseguiu, com exclusividade, o que muitos veículos de comunicação almejavam
que era entrevistar o empresário do ramo da construção civil, hotelaria e
loteamentos. Moisés falou de seus investimentos, economia nacional e política
local (Redenção).
Durante a entrevista, que durou mais de duas horas, ele
disse estar otimista com o mercado imobiliário, área que passou atuar desde o
ano de 2003, após ter sido empresário de Redenção no ramo de comércio quando
montou o Grupo NB, com lojas dos mais diversos seguimentos.
“Acredito que em relação a conceito político, existirá uma
Redenção antes e outra após o Iavé. Eu confio na gestão dele”, disse Moisés.
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Em Canaã serão construídas 600 cassas de um e dois pavimentos |
A Notícia: O que você acha predominante para o crescimento
da Buriti Imóveis, que nasceu em Redenção e hoje é uma das maiores do Brasil no
seguimento de loteamento?
Moisés Carvalho: Nós buscamos trabalhar sempre de forma
correta, sempre pensando no cliente, nossos loteamentos são entregues com
completa infraestrutura. Priorizamos contribuir com as cidades onde atuamos.
Preocupados com a saúde pública e meio ambiente, no Pará somos pioneiros em
saneamento básico. Já instalamos rede e estação de tratamento de esgoto para
mais de 200 mil habitantes em nossos loteamentos no Pará. Em 2015, nossas
empresas lançaram mais de 20 mil lotes no Brasil.
A Notícia: Além da Buriti Imóveis, você agora também está no
ramo da construção civil e já se desponta com grandes negócios, fale um pouco
dessa experiência.
Moisés Carvalho: A AMEC e a VALLE são duas empresas que
atuam no ramo da construção civil e agora em hotelaria. A AMEC, com apenas três
anos de atividade, já construiu mais de 2.300 casas. Em Redenção, entregamos
800 casas pelo programa Minha Casa, Minha Vida, do Governo Federal. Em
Parauapebas, construímos um condomínio fechado com 420 casas. Já a VALLE, com
apenas cinco anos no mercado, já lançou 25 mil lotes, só em 2015 foram seis mil
terrenos no Pará e no Maranhão. Primamos pela qualidade e eficiência na entrega
das obras, e isso têm nos dado visibilidade e credibilidade.
A Notícia: Quais os projetos que a AMEC e a VALLE estão
desenvolvendo no momento?
Moisés Carvalho: Em Salinas, a VALLE e a AMEC estão
construindo um Hotel Resort com 320 apartamentos, investimento na ordem de R$
180 milhões, com recursos próprios. A obra é para ser concluída em 30 meses. Em
Canaã dos Carajás, a AMEC está trabalhando na construção de 600 casas e
sobrados. O empreendimento de R$ 170 milhões é para ficar pronto em 17 meses;
os recursos são da AMEC, em parceria com um fundo de investimento e as
primeiras casas serão entregues até o final de maio deste ano.
A Notícia: Diante da crise de 2015 e do que se desenha para
2016, comprar imóvel continua sendo um bom negócio?
Moisés Carvalho: Imóvel é sempre um bom negócio, desde que a
compra seja feita com o preço atrativo e de preferência em longo prazo. Nesse
tipo de negócio, a localização é muito importante para que o investimento se
mantenha valorizado.
A Notícia: Observamos que em momento de propagação de crise,
suas empresas estão mostrando o contrário e surgindo com novos investimentos.
Qual o seu conceito sobre crise econômica?
Moisés Carvalho: A crise existe, mas ela traz muitas
oportunidades. Entendo que a crise no Brasil é mais política e de confiança do
que econômica. O que falta é atitude do governo.
A Notícia: E os prejuízos da crise?
Moisés Carvalho: Na crise o dinheiro fica caro, mas as
margens aumentam, basta você encontrar o negócio certo. O dinheiro some porque
o investidor se retrai. Dessa forma os empreendedores ficam sem capital de giro
para tocar seus negócios. No mundo, poucos países são tão atraentes como o
Brasil, no entanto, existem riscos. Na crise o indicado é as empresas cortar
despesas e não se endividar, principalmente em curto prazo.
A Notícia: O que você indica para conviver com a crise e não
ser afetado bruscamente?
Moisés Carvalho: Nos próximos 12 meses o mais indicado é
pagar as dívidas de curto prazo para depois passar a investir. Os indicadores
apontam que 2016 serão pior que 2015, então o mais prudente é enxugar para
depois voltar a crescer.
A Notícia: Como você ver o potencial do Brasil diante da
crise?
Moisés Carvalho: O Brasil é um dos países com maior
potencial para produção de alimentos para o mundo, no entanto faltam
infraestrutura e equilíbrio político. A bolsa de valores nunca esteve tão
baixa. Com o aumento do dólar, hoje no Brasil nossos produtos em relação ao
mundo só valem a metade. Podemos dizer que o Brasil é um continente e cada
região tem seu perfil de economia diferente?
A Notícia: Moisés, mesmo você tendo grandes negócios em
vários estados do Brasil, sempre esteve ajudando Redenção. O que te motiva?
Moisés Carvalho: Sou apaixonado por Redenção. Ajudei na
eleição do Vanderlei Coimbra, e durante o primeiro mês de sua gestão estive
três vezes na prefeitura, minha vontade era ajudar a por em prática um projeto
de administração com a sociedade, com transparência das ações e prestação de
contas em praça pública, o que não aconteceu; mas agora estou com a esperança
que o prefeito Iavé vai realizar esse projeto. Já estive duas vezes com ele,
após assumir o posto de prefeito, fiquei muito satisfeito com suas ideias.
A Notícia: E sobre o Vanderlei Coimbra?
Moisés Carvalho: Naquele momento (2012) a população via o
Vanderlei como a melhor opção e lhe deu a expressiva votação. Ele tinha um bom
coração, ele fez bastantes coisas por Redenção, mas o conjunto de sua equipe
parecia não ter a experiência e concepção adequada para atender os anseios que
Redenção precisava e precisa no momento.
A Notícia: O que você espera da gestão do Iavé nesses poucos
meses que restam?
Moisés Carvalho: Conheço o Iavé desde o primeiro dia que ele
chegou a Redenção. Sempre foi a mesma pessoa. Eu o conheci como gerente da
Reimac. Ele nunca mudou sua personalidade. Acredito que em relação a conceito
político, apesar de o tempo ser curto, existirá uma Redenção antes e outra após
o Iavé. Eu confio na gestão dele.
A Notícia: Você está apoiando a gestão do Iavé?
Moisés Carvalho: Sim. Sempre apoiei todos os gestores. Eu
apoio Redenção. Assisti várias entrevistas onde o Iavé falou de suas intenções
como prefeito. Vejo que ele está no caminho certo em querer fazer uma gestão
técnica, transparente e popular. E é
isso que Redenção precisa. Vejo que agora é a hora da sociedade abraçar essa
gestão e ajudar a fazer a diferença.
(Fonte: Jornal A Notícia)